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Pesca

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

TUCUNARÉS
(Cichla spp.., Família Cichlidae)

A importância deste grupo de peixes pode ser demonstrada por sua principal credencial: eles são o principal símbolo da pesca esportiva do Brasil para o mundo.

Os Tucunarés são peixes de escama, de corpo alongado e discretamente comprimido lateralmente. Estão entre os peixes de maior importância para a pesca amadora e para a alimentação no Brasil. Atualmente, existem 15 espécies cientificamente descritas, mas esse número deve aumentar à medida que novas pesquisas forem conduzidas. São nativos da bacia amazônica e do Tocantins-Araguaia, mas foram introduzidos em todas as demais regiões. A princípio, o processo de introdução foi feito até por órgãos governamentais, que acreditavam, por falta de informações, que o tucunaré seria um bom agente de controle biológico contra outras espécies, como tilápias e as piranhas, bem como para incrementar a produção pesqueira nos lagos das usinas hidroelétricas. Posteriormente, escapes de pisciculturas e introduções por parte dos próprios pescadores contribuíram para sua difusão pelo país. Existem estudos no Brasil indicando a possibilidade de desaparecimento de espécies nativas depois da introdução dos tucunarés. Contudo, deve-se salientar que em alguns locais, principalmente nos reservatórios, eles são os principais peixes explorados comercialmente, gerando emprego e renda para milhares de pessoas.
A coloração e o tamanho dos tucunarés variam de acordo com a espécie.

São elas:

Tucunaré - Açu (Cichla temensis): é a maior das espécies de tucunaré, podendo chegar a mais de um metro e 12 Kg. É encontrado exclusivamente na bacia amazônica, nos chamados rios de água preta. Tem o corpo alongado e comprimido discretamente. A boca é grande e protrátil, recoberta por inúmeros pequenos dentes que se parecem uma lixa. No corpo aparecem 3 faixas escuras bem definidas verticalmente podendo eventualmente aparecer uma quarta faixa. O macho desenvolve uma protuberância na parte superior da cabeça e suas cores sao mais fortes que as da fêmea, além de atingirem maior tamanho. 

O recorde homologado pela IGFA é de 12,2 Kg, capturado no Rio Negro, AM em 1994.
O que come: basicamente peixes.
Quando e onde pescar: no período seco, durante o dia, nos rios de água preta da bacia do rio negro.
Status de conservação: em alguns locais, os grandes exemplares já nao existem mais, devido a grande pressão de pesca.

Dica de pesca: Os igarapés e as bocas de lagoas costumam render os maiores exemplares de açus. Em épocas de águas muitos baixas, procure as lagoas perenes e faça arremessos com grandes iscas de superfície em direção ao meio do lago. É onde os grandes casais costumam ficar. Iscas de superfície, hélices, zaras e stics são muito atraentes. Meia água com barbelas e de fundo como jigs, e shads jigs também são uma boa pedida quando os peixes estão "manhosos".

 
Cichla temensis  - Tucunaré Açu

Cichla temensis - Tucunaré Paca

 Ainda existem mais espécies dos tucunarés encontradas ao redor do Brasil como:

Tucunaré Amarelo (Cichla monoculus, Cichla ocellaris, Cichla kelberi, Cichla pleiozona e Cichla nigromaculata).

Popularmente também recebem o nome de popoca ou tauá, dependendo da região. A maioria é de ocorrência natural da bacia amazônica, apesar de cada uma parecer estar restrita a uma determinada região ou afluente. C. monoculus é a mais abundante e ocorre em toda calha dos rios Solimões e Amazonas e nas desembocaduras de seus principais afluentes. C. ocellaris está presente no alto do rio Branco e em alguns rios costeiros nas Guianas e Suriname. O amarelinho exclusivo do alto rio Madeira e seus formadores, Guaporé e Mamoré, é C. pleiozona. Na bacia do Tocantins - Araguaia, está presente o C. kelberi. Já o C. nigromaculata descrito no alto rio Negro e também no orinoco, na Venezuela.

Cichla kelberi - Popoca


Cichla mirinae - Tucunaré - Fogo


Cichla ocellaris - Tucunaré-Amarelo


 Cichla orinocensis - Tucunaré Borboleta


Cichla nigromaculata - Tucunaré taua


Cichla pinima - Tucunaré recentemente descrito


Cichla Vazzoleri - Tucunaré de Balbina/Jatapu


Cichla Pleiozona - Tucunaré Popoca


Cichla monoculus - Tucunaré Popoca


Cichla melaniae - Tucunaré do Xingu


Tucunaré Azul (Cichla piquiti): é a única espécie que não tem ocorrência na bacia amazônica. Nativa das bacias dos rios Tocantins e Araguaia, já foi amplamente difundida pelo Brasil, sendo encontradas nas bacias dos rios Tietê - Paraná, Paraguai, Uruguai e São Francisco. Tem o corpo alto e robusto. Sua coloração varia do cinza ao azulado, mas sempre com as nadadeiras azuis. Possui cinco barras escuras transversais no corpo e uma mancha ocelada na nadadeira caudal. O nome "piquiti" vem do tupi-guarani e significa "listrado". Os jovens têm o corpo cheio de pintas brancas arredondadas, distribuídas assimetricamente. Prefere habitar pontas de grotas, pedreiras e outros locais com estruturas. Caça em cardumes, mas não é raro avistar grandes exemplares sozinhos. Formam casais na época da reprodução, que acontece no início das chuvas. Coloca os ovos em galhos submersos ou no fundo do lago e fica extremamente agressivo nessa época. Muito procurado tanto pela pesca amadora quanto profissional e sua exploração massiva parece estar colocando em risco os estoques existentes. Estudos recentes efetuados pelo IBAMA no lago de Serra da Mesa, em Goiás, mostram que a situação do estoque deste peixe ainda é boa, contudo o tamanho médio dos peixes capturados está abaixo do esperado para a espécie, o que indica uma retirada excessiva dos grandes exemplares.

Dicas de pesca: Represas, ilhas de pedra, prolongamentos de pontas de terra e enseadas rasas com estruturas são os locais mais promissores. A parceria entre os pescadores, com um deles usando isca de superfície (para "levantar os peixes") e o outro usando iscas de meia-água, aumentam a produtividade da pesca. Em locais mais fundos, jigs variados são boas opções.

Cichla piquiti - Tucunaré azul